“Competência numérica” é a habilidade de contar.

1, 2, 3... 2 - 1 = 1 ≠ 0. Coisas desse tipo.

Essa habilidade é observada desde a história antiga, onde povos que aplicaram a geometria na agricultura prosperaram, e os que contaram bem seus exércitos, assim como os do adversário, venceram.

Entre os animais, a competência numérica já foi observada em aves, roedores, cachorros e primatas, e provavelmente está presente em muitos outros.

“À véspera da guerra, o templo estima que o vitorioso é aquele que calcula mais. À véspera da guerra, o templo estima que o não vitorioso é aquele que calcula menos. Quem contabiliza mais vence, quem contabiliza menos não vence; que dirá daquele que não efetuar cálculos! Por essa observação, distinguimos o vencedor do derrotado.”

(A Arte da Guerra, de Sunzi)

Raça e Renda

Veja a relação entre raça e renda, segundo o Censo IBGE, por estado.

Linha do Tempo

Linha do tempo da história global, mostrando o período em que nasceram, viveram e morreram grandes personalidades, agrupadas por área de atuação.

Filmes memoráveis (ou nem tanto), dispostos por gênero (na horizontal), e numa linha temporal (vertical) ou escala de avaliação do TMDB.org.

Tempo geológico

Tempo geológico nas escalas linear e logarítmica. Datação segundo a Comissão Internacional de Estratigrafia (v. 2022/02). Textos traduzidos da Wikipedia (“Geologic time scale” e outras páginas) usando o Tradutor DeepL.

Mapas nacionais

Mapas de cobertura vegetal de cada país, derivados do projeto GLC2000.

Dados nacionais

Cadastro de dados geográficos, socioeconômicos, socioambientais, etc, na forma de tabelas por país ou região geográfica.

Gráficos

Gráficos para entender a economia brasileira, entre outros.

Compare medidas históricas do Produto Interno Bruto (PIB) e variáveis relacionadas, de diferentes países.

SimNation

Enciclopédia geográfica on-line com mapas e dados de todos os países.

Enciclopédia geográfica com mapas e dados de todos os países, a partir de diversas fontes. Programa feito para Windows.

Escala

Visualização interativa da escala de tamanho de seres e objetos, desde o próton até o universo visível. Use o mouse para navegar para a esquerda (micro) e para a direita (macro).

Leiturabilidade

Legibilidade é a capacidade de lermos as letras de um texto. Um texto ilegível tem as letras tão mal desenhadas que temos dificuldade em identificá-las.

Leiturabilidade, por outro lado, diz respeito à maneira como o texto é construído, facilitando (ou não) a sua leitura. Número de palavras por frase, tamanho e raridade das palavras são alguns dos fatores que influenciam a leiturabilidade.

Aqui usamos o índice de Gulpease (calibrado para o italiano) como ponto de partida, e desenvolvemos dois novos índices, ainda não calibrados. Esses índices medem os anos de escolaridade necessários para que um determinado texto seja de fácil compreensão.

Existem vários outros índices, mas exigem a contagem do número de sílabas, cujo algoritmo ainda não encontramos nem desenvolvemos para o português brasileiro.

Comunidata

Comunidata lê uma tabela com dados de abundância para diferentes espécies em diferentes pontos, bem como dados ambientais para cada ponto. Em seguida, classifica as espécies de acordo com sua média ponderada ao longo do gradiente ambiental e mostra o gráfico. Programa feito para Windows.

Wikicount

Contagem de idiomas em que páginas da Wikipedia foram traduzidas, como forma de medir a popularidade de diferentes personalidades.

Mapas e cartogramas temáticos

Espécimes de mamíferos da Amazônia brasileira depositados em museus pelo mundo (trabalho publicado no livro “Pequenos Mamíferos Não-voadores da Amazônia Brasileira”, editado pela Sociedade Brasileira de Mastozoologia). Pode parecer muito, mas com exceção de algumas localidades bem amostradas (como Belém e Manaus), a realidade dessa metade do Brasil é que conhecemos muito pouco da fauna que seguimos destruindo dia após dia. Dividindo os números do gráfico pelas centenas de espécies de mamíferos amazônicos, podemos ter uma ideia de como nosso conhecimento atual é limitado. Aí vem a pergunta: podemos conservar o que sequer conhecemos?

A diversidade linguística mundial está em rápido declínio. Além dos incontáveis idiomas já extintos pelo progresso de civilizações imperialistas, cerca de três mil idiomas (40,7% do total) se encontram ameaçados de extinção, segundo o Ethnologue (www.ethnologue.com).

O valor de um idioma pode não ser óbvio, mas cada idioma guarda uma riqueza de informações difícil de conceber. Sabemos que idiomas guardam informações sobre como sobreviver numa parte do mundo, informação lentamente formada, selecionada e acumulada, como bons vinhos, ou mais precisamente, como a diversidade genética, a diversidade filética, a diversidade fenotípica, comportamental, anatômica, etc. Biodiversidade. O ouro verde.

Isso do ponto de vista objetivo. Do ponto de vista subjetivo, a experiência de cada grupo, cada povo, cada etnia, está profundamente ligada à memória, geralmente pelo idioma. É chamado “valor humano”, por mais que se insista nesse estranho hábito de dar diferentes valores para humanos diferentes. Pois no fundo “é tudo parente”, dizem ao menos alguns ameríndios.

Alguns países de destaque, com a porcentagem de idiomas ameaçados (“com problemas” ou “morrendo”) e o número total de idiomas vivos: Papua Nova Guiné (19,5% ameaçados num total de 841 idiomas vivos), Indonésia (49,2% de 707), Nigéria (14,3% de 519), Índia (15,4% de 448), China (52,8% de 299), México (42,9% de 287), Estados Unidos (92,7% de 219), Brasil (70,6% de 218), Austrália (81,6% de 206) e Malásia (82,1% de 134).

No Censo IBGE de 2010, cerca de 161 milhões de habitantes (84,36%) foram considerados de área urbana, e apenas 30 milhões (15,64%) de área rural. Segundo o mesmo censo, 25% dos municípios brasileiros têm até 5.228 habitantes, e 50% têm até 10.934 habitantes. Sociologicamente, deveriam ser considerados zonas rurais, e não urbanas. “Esta classificação induz a uma leitura em que a sociedade rural é tão pequena que seria irrelevante o direcionamento de políticas voltadas a ela.” Para José Eli da Veiga, municípios com menos de 50 mil habitantes e densidade menor que 80 hab/km2 devem ser considerados “essencialmente rurais”, o que somava cerca de 28,3% da população em 2010. Se considerarmos ainda os municípios “intermediários” (entre rurais e urbanos), essa soma ultrapassa os 40,8%. Isso indica a urgência de uma Reforma Agrária, principalmente quando consideramos que o Brasil é campeão mundial de biodiversidade, e que o modelo rural do agronegócio é incompatível com a sua conservação. Dois livros de Veiga tratam do assunto: (2001) O Brasil rural precisa de uma estratégia de desenvolvimento e (2002) Cidades Imaginárias: o Brasil é menos urbano do que se calcula.

Em 2015, a Agência Nacional de Mineração catalogou 399 barragens de rejeito, 177 das quais aparecem nesta imagem (entre 18,8 e 20,8 graus Sul e 42,8 e 44,8 Oeste). Essas 177 barragens são divididas segundo o dano potencial em: 41 baixo, 47 médio, 89 alto (levando em conta o volume do reservatório, a população a jusante e os impactos ambientais e socioeconômicos). Segundo o risco: 170 baixo, 2 médio, 5 alto (levando em conta características técnicas, estado de conservação e plano de segurança). Vamos lembrar que as barragens que se romperam, tanto em Mariana quanto em Brumadinho, haviam sido classificadas como de “baixo risco” e “alto dano potencial”, assim como praticamente metade (48,6%) das barragens mostradas aqui, e 40,9% das documentadas em todo o Brasil.

Projeção Quincuncial de Peirce (animação).

“Quincuncial” vem do latim “quincunx”, que significa um arranjo de cinco objetos em um quadrado ou retângulo, um em cada quina e outro no meio. Aqui o Hemisfério Norte ocupa o centro delimitado pela linha do Equador (o losango vermelho), e o Hemisfério Sul é dividido em quatro triângulos que completam a imagem (a Antártica aparece nos quatro cantos da imagem). As linhas amarelas representam o Trópico de Câncer (círculo no centro) e o Trópico de Capricórnio (quatro semicírculos nos cantos).

A maior vantagem desta projeção é ser conformal em sua maior parte, ou seja, há pouca distorção na forma e no tamanho de países e continentes. A maior distorção aparece nos vértices do Equador, causando uma leve deformação no oeste da África, no sul da Índia e nas ilhas a leste da Indonésia. Ainda assim, ao compararmos a Groenlândia com a África, vemos como a amplamente usada projeção de Mercator é ridícula.

Mapa de Belo Horizonte mostrando nascentes, corpos d’água, lagoas, áreas verdes, ciclovias, metrô e hierarquização viária. Apenas corpos d’água não canalizados são mostrados. As áreas verdes incluem praças, unidades de conservação e áreas vegetadas (índice ARVI maior ou igual a 0.9, a partir de imagem Landsat 8). As estações de metrô estão indicadas por círculos azuis. A hierarquização viária compreende vias locais (ruas em geral), coletoras (ruas principais e algumas avenidas), arteriais (avenidas de maior fluxo e ruas dentro da Avenida do Contorno) e vias de ligação regional (anel rodoviário e outras rodovias). Nome e destino das rodovias estão indicados na imagem.

Segundo estimativas do IBGE, a população brasileira em 2019 era de pouco mais de 210 milhões de habitantes. O Brasil tem uma extensão territorial de cerca de 8,51 milhões de km², resultando numa densidade populacional média de 24,7 habitantes por km². Porém, a maior parte do território é pouco povoada, seja pelas vastas regiões naturais (especialmente a Amazônia, que ocupa cerca de metade do país), seja pelos extensos latifúndios cultivados à base de monocultura, maquinário e agrotóxicos, com poucas pessoas trabalhando na terra. Assim, a população ocupa o território de forma bastante desigual.

Metade da população brasileira (cerca de 105 milhões de pessoas) mora numa estreita faixa litorânea, com pouco mais de 100 km de largura (em vermelho na figura). Nessa faixa se localizam 1.361 dos nossos 5.570 municípios, ocupando uma área menor que 800 mil km² (9% do território), o que resulta numa densidade média de 134 habitantes por km². Mesmo nessa faixa a distribuição é bastante desigual, com 37 milhões de pessoas vivendo nas capitais dos estados banhados pelo mar, do Rio Grande do Sul ao Amapá (com exceção de Teresina, no Piauí), numa densidade média de 2.415 hab/km². Dos seis municípios com maior densidade populacional, um fica no Rio de Janeiro (São João de Meriti) e cinco ficam na Grande São Paulo (não incluindo a capital paulista, que vem em décimo lugar, depois ainda de Olinda/PE, Nilópolis/RJ e Fortaleza/CE). A campeã (?) é Taboão da Serra/SP, com 14.154 hab/km² !

Em tempos de Coronavírus, não podemos assumir que, pela baixa densidade média, estamos muito mais seguros que a Itália, com seus 200 habitantes por km².

Muito se tem criticado o PT pelas notas baixas do país no PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), que avalia o desempenho de estudantes de 15 anos em matemática, ciências e leitura. Essas críticas, porém, parecem ignorar três pontos: 1) Estudantes regulares de 15 anos concluíram o Ensino Fundamental, e segundo a Constituição de 1988, o Ensino Fundamental é de responsabilidade dos municípios (Art. 211, § 2º). 2) O PT elevou o orçamento do Ministério da Educação de 2% para 4% do Orçamento Federal entre 2003 e 2013 (ver publicação de 17/10/2018). 3) O piso salarial dos professores, aprovado em 2008, cresceu mais rápido que o salário mínimo (que por sua vez cresceu bem mais rápido que a inflação), indo de R$ 950 em 2010 (os municípios tiveram um ano e meio para se ajustar) para R$ 2.135,64 em 2016, ou de 1,86 para 2,43 vezes o salário mínimo (sobre o crescimento deste, ver publicações de 19/12/2018 e 20/02/2019).

Assim, se estudantes de Ensino Fundamental vão mal em avaliações internacionais, a maior responsabilidade é dos municípios. E quais partidos controlam as prefeituras municipais no Brasil? Segundo o IBGE, em 2002, 32% da população brasileira vivia em municípios governados por partidos de esquerda, e 68% em municípios governados por partidos de direita. Em 2009, houve uma mudança mínima: 33% da população em municípios governados pela esquerda, e 67% pela direita (sobre a definição de esquerda e direita, ver metodologia na publicação de 14/10/2018). A cidade de São Paulo foi destacada por ser a mais populosa do país, e também por ter passado 2/3 das últimas décadas, desde a redemocratização em 1985, sob administrações de direita.

Agora você já sabe de quem cobrar mais qualidade no Ensino Fundamental.

Fonte: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/educacao/10586-pesquisa-de-informacoes-basicas-municipais.html?edicao=18195&t=publicacoes

Hidrografia brasileira.

Como podemos dizer que somos “civilizados”, quando tratamos nossos rios como lixo?

Mapa dos cursos d’água cujo nome começa com “Rio” (exclui igarapés, canais, ribeirões... e cursos não nomeados), a partir do sistema HidroWeb (aparentemente descontinuado) da Agência Nacional de Águas (ANA). A espessura e o tom de azul indicam o nível do rio, representado pela variável “NUNIVOTCDA” (análoga ao “número de Strahler”, que numera os cursos d’água a partir do 1 – as nascentes – e crescendo à medida que se unem, formando cursos maiores).

O mapa está na projeção SIRGAS 2000, UTM zona 22S (EPSG:31982). A densidade de linhas não representa a densidade real da hidrografia, e sim a densidade de nomes presentes no sistema HidroWeb.

Tipos de água na Bacia Amazônica.

Índice de Desenvolvimento Humano dos municípios brasileiros (IDH-M), segundo dados do Censo 1991 disponibilizados em www.atlasbrasil.org.br.

O IDH-M mede três dimensões do “desenvolvimento humano”: educação, longevidade e renda. Cada dimensão varia de 0 a 1; quanto mais perto de 1, maior o desenvolvimento. O índice final é a média geométrica das três dimensões.

Existem críticas severas a esse índice. Por exemplo, níveis “alto” e “muito alto” de desenvolvimento normalmente só são alcançados com uma Pegada Ecológica insustentável (veja o artigo de Jason Hickel em www.jasonhickel.org/blog/2018/7/5/the-problem-with-the-human-development-index-in-an-era-of-ecological-breakdown). Por outro lado, existem nações que conseguem um alto desenvolvimento mantendo-se dentro dos limites ecológicos, como Sri Lanka, Panamá, Peru, Cuba e Colômbia, entre outros (www.sustainabledevelopmentindex.org). No caso de países e municípios extremamente pobres (como era a maior parte do Brasil em 1991), geralmente ainda estão longe do limite ecológico, de forma que o crescimento do IDH pode ser visto como benéfico. Mas devemos tomar muito cuidado para não buscarmos o mesmo estilo de desenvolvimento predatório das nações consideradas “desenvolvidas”, como EUA, Canadá, Austrália, Dinamarca e Suécia, entre outros. No caso brasileiro, a saída para esse dilema passa necessariamente por uma Reforma Agroecológica.

Índice de Desenvolvimento Humano dos municípios brasileiros (IDH-M), segundo dados do Censo 1991 disponibilizados em www.atlasbrasil.org.br.

O IDH-M mede três dimensões do “desenvolvimento humano”: educação, longevidade e renda. Cada dimensão varia de 0 a 1; quanto mais perto de 1, maior o desenvolvimento. O índice final é a média geométrica das três dimensões.

No mapa, podemos perceber o avanço do IDH-M do ano 2000 em relação a 1991. Esse avanço, porém, concentrou-se na metade sul do país, dada a política tradicional da elite escravocrata brasileira e seus partidos “limpinhos” (PSDB, DEM, PMDB, PP e agora PSL, entre outros). As regiões Norte e Nordeste, em sua maioria, continuaram com índices “muito baixos” de desenvolvimento.

Índice de Desenvolvimento Humano dos municípios brasileiros (IDH-M), segundo dados do Censo 1991 disponibilizados em www.atlasbrasil.org.br.

O IDH-M mede três dimensões do “desenvolvimento humano”: educação, longevidade e renda. Cada dimensão varia de 0 a 1; quanto mais perto de 1, maior o desenvolvimento. O índice final é a média geométrica das três dimensões.

No mapa, é visível o avanço do IDH-M do ano 2010 em relação ao ano 2000. Ao contrário da década anterior, agora o avanço foi melhor distribuído por todo o país, dada a atenção especial dos dois governos Lula (2003-2010) às regiões Norte e Nordeste. Se no ano 2000 a maioria dos municípios nessas regiões tinham um índice de desenvolvimento “muito baixo”, em 2010 a maioria subiu para índices baixos e médios, o que representa um avanço considerável e uma redução significativa das desigualdades nacionais. Mas ainda há muito a ser feito, desde que tomemos o cuidado de não arruinar nossos ecossistemas – base da riqueza nacional – em troca de uma prosperidade temporária e, portanto, ilusória.

Mapas eleitorais

No mapa da esquerda, a porcentagem dos votos em cada município foi considerada apenas entre os dois partidos nacionalmente mais votados, PT e PSDB. Fica parecendo que o país estava dividido, o que não representa exatamente o que aconteceu.

No mapa da direita, a média ponderada entre todos os partidos cujo índice ideológico foi apresentado no artigo de Maciel, Alarcon e Gimenes, 2017 (Partidos políticos e espectro ideológico: parlamentares, especialistas, esquerda e direita no Brasil). O índice usado aqui foi a média entre os índices normalizados (corrigidos para o intervalo [-1,1], sendo -1=esquerda e +1=direita) de Wiesehomeier e Benoit (2007) e ABCP (2010), apresentados na tabela 1 do artigo. Nem todos os partidos com candidatos nas eleições de 2014 aparecem nessa tabela.

Dois fatores explicam a falta de azul no mapa da direita: 1) Dos partidos que concorreram às eleições presidenciais, os de esquerda (PSOL, PT, PSB e PV) se assumem mais à esquerda (média de -0,45), enquanto os de direita (PSC e PSDB) se assumem menos à direita (média de 0,36, o que é ainda mais evidente na tabela 2 do artigo). Ficaram fora da análise: PCB (esquerda), PCO (esquerda), PRTB (apoiou Dilma em 2014 e Bolsonaro em 2018), PSDC (?) e PSTU (esquerda). 2) A maior quantidade de partidos de esquerda pulverizou os votos progressistas, permitindo ao PSDB vencer em vários municípios, ainda que a média dos votos por ideologia seja próxima do centro (branco no mapa). Uma lição (óbvia) para a esquerda brasileira: a união faz a força!

Espectro ideológico dos partidos políticos brasileiros a partir de 12 análises reunidas de 4 fontes: http://dx.doi.org/10.5380/recp.v8i3.54834 (Wiesehomeier e Benoit 2007; ABCP 2010; Pesquisa Legislativa Brasileira 2013), http://dx.doi.org/10.1590/S0104-44782013000100011 (Coppedge 1997; Fernandes 1995; Mainwaring, Power e Meneguello 2000; Rodrigues 2002; Power 2000; Tabela 5), https://www.bbc.com/portuguese/brasil-41058120 (Medidas liberais na economia; Medidas conservadoras nos costumes), http://radames.manosso.nom.br/palavras/politica/qual-e-a-ideologia-de-cada-partido-brasileiro/

Cada uma das 12 análises foi convertida num “índice ideológico” entre -1 e 1, onde -1 corresponde ao(s) partido(s) mais à esquerda naquela análise, e 1 ao(s) partido(s) mais à direita. Calculamos então a média de todos os índices disponíveis para cada partido. Apenas o partido PMB não foi avaliado em nenhuma análise, recebendo o valor zero. O mapa mostra a média dos índices ideológicos dos votos em cada município brasileiro. É notável a dominância da direita no Poder Legislativo, enquanto o Poder Executivo apresenta uma participação maior da esquerda. Isso talvez se deva ao fato do povo brasileiro ainda não saber bem para que serve o Legislativo. Como mudar essa situação?

Distribuição dos votos para deputado estadual no primeiro turno das eleições 2018, para cada partido mais brancos e nulos.

Os partidos menos votados, PCO com 2.472 votos e PSTU com 51.920 votos, foram excluídos por falta de espaço. Foi utilizada a raiz quadrada da proporção de votos em cada município, para aumentar a visibilidade dos partidos. Assim, 1% dos votos vira 10% (√0,01 = 0,1), 5% vira 22,4% (√0,05 = 0,224), 10% vira 31,6% (√0,1 = 0,316).

Distribuição dos votos para deputado federal no primeiro turno das eleições 2018, para cada partido mais brancos e nulos.

Os partidos menos votados, PCO com 2.785 votos e PSTU com 41.304 votos, foram excluídos por falta de espaço. Foi utilizada a raiz quadrada da proporção de votos em cada município, para aumentar a visibilidade dos partidos. Assim, 1% dos votos vira 10% (√0,01 = 0,1), 5% vira 22,4% (√0,05 = 0,224), 10% vira 31,6% (√0,1 = 0,316).

Distribuição dos votos para senador no primeiro turno das eleições 2018, para cada partido mais brancos e nulos.

Os partidos menos votados, PCO com 38.691 votos e PMB com 51.027 votos, foram excluídos por falta de espaço. Foi utilizada a raiz quadrada da proporção de votos em cada município, para aumentar a visibilidade dos partidos. Assim, 1% dos votos vira 10% (√0,01 = 0,1), 5% vira 22,4% (√0,05 = 0,224), 10% vira 31,6% (√0,1 = 0,316).

Distribuição dos votos para governador no primeiro turno das eleições 2018, para cada partido mais brancos e nulos.

Foi utilizada a raiz quadrada da proporção de votos em cada município, para aumentar a visibilidade dos partidos menos votados. Assim, 1% dos votos vira 10% (√0,01 = 0,1), 5% vira 22,4% (√0,05 = 0,224), 10% vira 31,6% (√0,1 = 0,316).

Distribuição dos votos para presidente no primeiro turno das eleições 2018, para cada partido mais brancos e nulos.

Foi utilizada a raiz quadrada da proporção de votos em cada município, para aumentar a visibilidade dos partidos menos votados. Assim, 1% dos votos vira 10% (√0,01 = 0,1), 5% vira 22,4% (√0,05 = 0,224), 10% vira 31,6% (√0,1 = 0,316).

Votos válidos para presidente no 2º turno das eleições 2018, por local de votação em Manaus e entorno imediato. Estão visíveis do Rio Tarumã a oeste até o Lago do Aleixo a leste, do Rio Negro a sul até a BR-174 e AM-010 a norte. Quanto mais azul, mais votos para Bolsonaro; quanto mais vermelho, mais votos para Haddad; branco representa empate. O bloco mais azul sobre o Rio Negro, perto do Porto da CEASA, representa a Vila Militar da Marinha.

Votos válidos para presidente no 2º turno das eleições 2018, por local de votação em Manaus e municípios próximos. Quanto mais azul, mais votos para Bolsonaro; quanto mais vermelho, mais votos para Haddad; branco representa empate. Manaus é uma ilha azul num oceano vermelho. Se poucos brasileiros conhecem Manaus, um número ainda menor conhece seu entorno, onde o PT claramente trouxe benefícios às populações locais (mas não passou no Globo Repórter).

Votos válidos para presidente no 2º turno das eleições 2018, por local de votação em Belo Horizonte (linha tracejada) e entorno imediato. Quanto mais azul, mais votos para Bolsonaro; quanto mais vermelho, mais votos para Haddad; branco representa empate. Quando eu era criança eu achava que pessoas ricas eram esclarecidas. Até que um dia eu vi uma pilha de revistas Veja na casa de um juiz.

Votos válidos para presidente no 2º turno das eleições 2018, por local de votação em Belo Horizonte e cidades vizinhas. Quanto mais azul, mais votos para Bolsonaro; quanto mais vermelho, mais votos para Haddad; branco representa empate. A região com forte azul na divisa com Nova Lima representa as adjacências do BH Shopping. O forte vermelho em Ribeirão das Neves teve apenas 18 votos válidos, 16 para Haddad. O azul mais forte na região da Pampulha representa o bairro São Luiz, entre a UFMG e a Lagoa da Pampulha. Visitando esses bairros entendemos porque dizem que “o PT destruiu a minha vida”...

Votos válidos para presidente no 2º turno das eleições 2018, por local de votação na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Quanto mais azul, mais votos para Bolsonaro; quanto mais vermelho, mais votos para Haddad; branco representa empate. O forte azul no sul de Nova Lima representa a Lagoa dos Ingleses. O azul mais forte em Lagoa Santa representa a região ao redor da Lagoa. Pelo visto, aeroportos ficarem parecidos com rodoviárias foi um baque e tanto para algumas pessoas...

Nosso povo ainda não sabe que o Legislativo é o mais importante dos três poderes. Chamado de “casa do povo”, é o espaço onde se debate nosso futuro comum. O Executivo apenas executa projetos aprovados no Legislativo. Mas num país de tradição monoteísta, enxerga-se apenas uma liderança, como numa monarquia. Isso ficou evidente de 2002 a 2014, quando elegemos presidentes progressistas e um Congresso cada vez mais conservador, e fica evidente na dominância masculina em todas as esferas do Legislativo, num país que elegeu duas vezes uma presidenta.

Em 2016, foram eleitos no Brasil 58.028 vereadores em 5.567 municípios (média de 10,4 por município), sendo 7.836 mulheres (13,5%) e 50.192 homens (86,5%). De 463.372 candidatos (153.313 mulheres e 310.059 homens), 437.450 foram considerados inicialmente aptos (142.052 mulheres e 295.398 homens), e 434.903 tiveram a candidatura deferida (141.209 mulheres e 293.694 homens). Em porcentagens – candidatos iniciais: 33,09% mulheres e 66,91% homens; aptos e deferidos: 32,47% mulheres e 67,53% homens.

Apenas em 22 municípios houve mais mulheres eleitas do que homens, sendo 5 no Piauí (Cabeceiras do Piauí, Canavieira, Inhuma, São José do Divino e Uruçuí), 4 no Rio Grande do Norte (Boa Saúde, Campo Grande, Espírito Santo e Olho d’Água do Borges), 2 no Maranhão (Amapá do Maranhão e Senador La Rocque) e 1 em cada estado seguinte: CE (Apuiarés), MG (Bueno Brandão), MS (Coronel Sapucaia), MT (Santa Carmem), PA (Breu Branco), PB (Mari), PE (Dormentes), PR (Ourizona), RR (Caroebe), RS (Maçambará) e SP (Nova Europa). Em quase todos, mulheres ultrapassaram homens por apenas uma posição. Apenas em 2 municípios a diferença foi maior: Senador La Rocque/MA e Uruçuí/PI, ambos elegendo 7 mulheres e 4 homens.

Além desses, apenas 3 municípios apresentaram empate entre mulheres e homens, elegendo 5 de cada: Arcoverde/PE, Calumbi/PE e Carnaubais/RN. Apenas Caroebe/RR e Uruçuí/PI aparecem no mapa, devido a suas grandes extensões. Brasília não possui vereadores, e os dados de Sambaíba/MA não constam na base do TSE, por razões que ignoramos.

Feministas do Brasil, temos algum projeto para equilibrar esse quadro?